top of page

O PODER OU AUTORIDADE

 

Em primeiro lugar, precisamos entender que poder tem que ser sempre exercido com justiça e santidade.

Quem detém o poder deve exercê-lo no serviço ao Senhor. Caso contrário, o poder é absolutamente corruptor. E aqui não há exceção.

Seja o poder do presidente da República, seja o poder do presidente da denominação, seja o poder do pastor da Igreja, do presidente da Missão, do empresário: poder é poder, seja ele exercido em nome de Deus, do Estado, do dinheiro ou do diabo. Poder é sempre poder e é perigosíssimo, por isso, ninguém deve brincar com ele.

Sem justiça, o exercício do poder é sempre autodestrutivo, e nada corrompe mais a santidade e a justiça do que o poder. Os mais trágicos exemplos de injustiça e impureza na vida vêm daqueles que receberam muito poder.

Poder é um negócio seriíssimo. Você começa a sentir que o possui, que as coisas são suas e que existem em função de você. Às vezes, ele vem com o dinheiro que começa a comprar tudo. Daí a pouco, você está comprando a consciência dos outros. Você se torna a medida de todas as coisas. Tanto faz se o poder é exercido no Palácio do Planalto ou no gabinete da maior denominação do mundo, ou numa empresa, ou mesmo numa igreja, ele tem o mesmo cheiro, a mesma força de corrupção, a mesma tentação, a mesma força destrutiva.

Quanto mais poder, mais próximos das tentações. Você tem muito poder, aí um dia, você olha para as moças que trabalham na sua empresa e diz: "Puxa, eu pago o salário dessas meninas, tudo que eu mando fazer elas fazem", e aí a cabeça começa a ir nessa sequência "lógica". O próximo passo é pensar: "eu sou dono desse pessoal".

Muitas secretárias e empregadas tem sido assediadas e, para não perder o emprego, cedem aos caprichos do poder dos patrões. No entanto, não é só secretária de empresário que sofre assim. Há também muitas secretárias de pastor sofrendo o mesmo assédio ou se vendo cobiçadas por um ancião, um diácono, um ministro de música, ou coisa parecida, que pensa que porque ele paga salário dela, ele é dono dela, ou porque é “alguém”, faz o assédio.

Podemos aprender um pouco sobre isso no livro do Apocalipse, capítulo 4, onde diz, que os vinte e quatro anciãos, que simbolizam as doze tribos e os apóstolo, que detinham o poder, mas aqui, entenderam que não podiam exercer esse poder, ter essa atitude, porque foram provocados pelos quatro seres viventes. A atitude dos vinte e quatro anciões não é uma ação, mas sim uma reação ao que se vê, ao que se percebe. Isto porque os quatro seres viventes disseram: SANTO, SANTO, SANTO, é o Senhor, nosso Deus, O que era, o que é e O que há de vir. Na sequência, João diz: "quando os quatro seres viventes derem glória ao que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão".

Eles colocaram diante do Senhor suas coroas, que simbolizam o poder que eles tinham.

Ora, aqui há um princípio muito importante: ninguém cede o poder espontaneamente. Você tem que estar sempre sendo "provocado", chacoalhado por outros, a fim de lembrar que o poder não é seu. Se você tem poder, tem que haver alguém no seu ouvido, dizendo sempre: SANTO, SANTO, SANTO, é o Senhor, o Todo Poderoso, o que era, o que é e o que há de vir.

Mas como é difícil para muitos líderes, estarem prontos para ouvirem os outros. O poder cega as pessoas, por que lhes dá algo que foi oferecido a Adão e Eva no início da criação. O poder nos traz, mentirosamente, a sensação de independência.

O comportamento dos quatro seres viventes fazia os vinte e quatro anciãos lembrar quem eles deveriam ser e onde estavam. O grande problema é que, às vezes, quanto mais poder nós temos, menos amigos temos, menos conversas francas nos permitimos ter; menos seres viventes nos lembram quem é o Único Santo, o Único Poderoso e, Quem é Aquele que há de vir!

As únicas esperanças para o exercício legítimo do poder espiritual ou de qualquer outra natureza repousam nas palavras: prostrar, adorar, depositar.

Hoje se fala muito acerca do sacerdócio real, de ser filho do Rei, mas quase não se fala nada sobre viver como uma nação santa.

Poucos dos que estão pregando e vivendo fundamentados no propósito do Rei, estão preocupados em proclamar uma vida santa, em todas as áreas da vida humana; do individual ao coletivo; do existencial ao profissional.

E quando se fala de santidade, Jesus é o padrão. A santidade de Jesus é diferente da santidade dos evangélicos. Jesus não teria lugar em muita Igreja Evangélica hoje em dia (Apoc. 3.20). Ele não seria aceito como membro. Sua santidade livre assustaria a muitos evangélicos. Diante dele o pecador não tem medo, se aproxima; a pecadora não se assusta, beija o pé; o rico não fica apavorado, chega e faz pergunta; as mulheres ricas o seguem sem medo de serem surrupiadas (Lucas 8:1-3). Jesus é o padrão de santidade. Nele a santidade é atraente, apaixonante, cativante, bonita, santamente livre, livremente santa.

O seu poder não é corruptor e Sua autoridade é maravilhosa.

Quando nos esquecemos do compromisso com a santidade, podemos colocar no lugar dela a Teologia do poder, da prosperidade, da queda, do sopro, da pulação, da alegria, seja lá o que for, mas com isso só vamos estar descendo ladeira abaixo. Sabe por que? Porque só há povo de Deus se esse povo for propriedade exclusiva de Deus, zeloso de boas obras e santo. O povo que é sacerdócio real, deve compreender que é também nação santa.

Somos convocados não para exercer o poder, mas para o serviço. Nossos instrumentos são apenas dois: a bacia com água e a toalha. Se temos algum tipo de poder, só vamos sobreviver ao exercício dele e sem ser corrompidos por ele, se formos capazes de transformar em ato e vida estas palavras; prostrar, adorar e depositar.

Os quatro seres viventes nos convidam a nos prostrarmos diante de Deus em adoração, e colocando diante dEle nossas coroas que representam o poder que só a Ele pertence. Os quatro seres viventes nos lembra disso.

Só fica em pé exercendo o poder até o fim da vida quem ficar prostrado diante do Trono a vida inteira.

Amo vocês,

Pr. Bobby

bottom of page